sábado, 17 de maio de 2014

Festival Sul Americano de Cultura Árabe

TENDA DA PALAVRA

O mês todo de fevereiro foi de nos debruçar nos estudos dos contos, das lendas, da música e de outros aspectos da cultura árabe. Toda esta imersão foi com o objetivo de compor o repertório Tenda da Palavra, apresentado em ocasião do V Festival Sul Americano de Cultura Árabe o qual tivemos a grande satisfação em participar. Este ano foi bem especial porque houve uma parceria com o Centro Cultural São Paulo e vários eventos ligados ao festival, aconteceram neste espaço. Inclusive a contação de histórias que foi no Espaço de Leitura da Biblioteca Infantil.

Foram tardes esticadas ouvindo músicas árabes, lendo histórias, contos e sobre a cultura árabe. As  reuniões foram, inclusive, gastronômicas. Fizemos estudos da língua, da  música, das histórias e da geografia! E fomos pesquisar a maneira correta de dizer algumas palavras e frases que consideramos importantes para ilustras alguns aspectos das histórias ou até mesmo como forma de transmitir um pouco mais da cultura. Pesquisamos tecidos e adereços para compor um figurino que dialogasse com as histórias selecionadas e com a maneira como estávamos produzindo a apresentação. Ao final de cada ensaio, a gente sentia um cansaço bom e cheio de satisfação. Cada um de nós (Rosita, Giba e Marli) se envolveu tão profundamente com esse trabalho, que sentíamos até um certo frio na barriga em pensar que acabaria em trinta de março.

Nos estudos individuais, eu narrava as histórias e filmava, simultaneamente. Assim percebia os detalhes dos gestos, entonação de voz, expressão corporal, vícios de linguagem, uso de adereços, entre outras coisas. Giba se concentrava ouvindo músicas e melodias árabes e toques no djembe, além de estudar a manipulação do boneco Vovô Said. Sim, houve também manipulação de boneco. Giba criou um personagem libanês chamado Vovô Said que brincava com a plateia e apresentação algumas coisas da cultura árabe de uma maneira divertida e simpática. A Marli, por sua vez, pesquisava entre seus trabalhos e vivências as melodias e músicas árabes e trazia sempre uma novidade para a gente.

Devo confessar que as histórias da cultura árabe tem uma profundidade e densidade muito grandes e o tempo todo ficávamos testando maneiras de apresentar as histórias de uma maneira divertida e interativa, palatável para as crianças sem que, no entanto, perdessem sua complexidade. Os contos escolhidos foram da tradição oral árabe e alguns, eu selecionei de livros do Malba Tahan em que ele faz uma releitura dos contos. Opa! Houve uma exceção. Um dos contos foi autoral, e eu tive esse desafio maior que foi estudar um conto árabe escrito por Paulo Farah (diretor da Bibliaspa, estudioso da cultura árabe). Uma grande responsabilidade estava em minhas mãos. O conto de Paulo Farah (diretor da Bibliaspa), intitulado O contador de histórias faz um percurso pela cultura árabe, dando especial atenção para a força da oralidade e da amizade. Uma história muito sensível e bela. Foi um maravilhoso presente.

Ah! Tivemos também a interpretação em libras: adorei! As profissionais que nos acompanharam mandaram muito bem. Vocês podem comprovar com a foto abaixo.



No final das contas, nós todos gostamos muito do resultado!

Em todos os dias de apresentação nós tivemos a grata satisfação de receber amigos que vinham prestigiar.

Como transmitir para quem não foi, a intensidade de tudo o que foi a nossa temporada de contos árabes no Centro Cultural São Paulo? Não há como, porém acho que pelo meu relato e as fotos, deu pra ter o gostinho.





Festival Baixo Centro

FESTIVAL DE RUA DO BAIXO CENTRO






Gosto muito de pensar na rua como um lugar de encontro, de partilha, de brincadeira, de festa e que enseja a convivência social e cidadã.
Gosto de sair às ruas e ver seus artistas nos faróis e nas praças.
Gosto de ver a rua tomada de gente envolvida numa procissão, num cortejo, em uma festança boa de São João, num bloco de carnaval.
A rua é o lugar de todo mundo. Na rua tudo coexiste e tudo pode ser.
A rua é viva e dinâmica. Nela espreitam oportunidades, delírios, ousadias, democracias. A rua é um lugar democrático por excelência.
E como é bom quando conseguimos vislumbrar infinitas possibilidades e jeitos de estar e ser na rua! Só mudando o olhar para perceber riquezas deste lugar comum à todos e pouco explorado.
O Festival Baixo Centro é uma destas manifestações que acontecem na rua e profundamente democrática desde sua concepção, organização e tudo o mais.

Ano passado eu me inscrevi, mas não consegui ir porque tudo ficou embolado. Esse ano eu me organizei melhor para poder participar, um pouquinho que fosse dessa maravilha que é o Festival Baixo Centro. No mesmo dia, eu tive também outra apresentação, na Biblioteca de São Paulo em horários próximos. Quase pensei em desistir, de novo, entretanto eu mantive a fé em que tudo iria dar certo. E deu mais que certo!
Além de ter passados momentos incríveis fazendo arte na rua, ainda pude conhecer uma artista incrível - a Carolina Velasquez com seu Fabuloso.

Fui com Giba Santana e eu contei histórias, ele tocou, nós e público cantamos, brincamos e fomos personagens das histórias. Na rua tudo acontece de um jeito espontâneo.

Ah! Como foi bom. Ano que vem eu quero mais.

Deixo os meus agradecimentos para a rua!

Um grande abraço,

Rosita Flores