Venho aqui feliz e radiante contar que meu filhote Joaquim chegou ao mundão de meu Deus no dia 18/11 um domingo lindo de final de primavera.
Venho com graça e força nos maxilares para fazer o que tinha que ser feito: mamar, mamar e mamar.
O pai assistiu o parto e logo o pequeno foi para seus braços e nós dois cantamos para ele uma cantiga que eu cantava todos os dias enquanto ele estava dentro de meu ventre:
"O meu baião, eu inventei pra ninar, o meu Joaquim num berço feito de raio de luar. Baião é de ninar, baião é de ninar, baião é de ninar."
Ontem eu me lembrei de outra canção linda, que sempre canto quando narro um conto de Eduardo Galeano, que fala sobre o primeiro encontro de um menino com o mar. A canção a qual me refiro é do encantador João Bá (que este ano completou 80 anos de vida plena). Lembrei do conto e da canção e me senti privilegiada por poder compartilhá-los com meu filho - que ainda é tão pequenino que precisa de meus braços e de meu colo para sustentar seu corpo. E o pequeno, ao ouvir minha voz, já reconhece a mãe e se acalma e se aconchega mais em mim. Estamos desfrutando juntos de doces e gostosos momentos de ternura, poesia, aconchego, encantamento - AMOR.
Abaixo, compartilho com vocês o conto e a canção:
Diego não conhecia o mar. O pai, Santiago Kovadloff, levou-o para que descobrisse o mar. Viajaram para o Sul.
Ele, o mar, estava do outro lado das dunas altas, esperando.
Quando o menino e o pai enfim alcançaram aquelas alturas de areia, depois de muito caminhar, o mar estava na frente de seus olhos. E foi tanta a imensidão do mar, e tanto fulgor, que o menino ficou mudo de beleza.
E quando finalmente conseguiu falar, tremendo, gaguejando, pediu ao pai:
- Me ajuda a olhar!
Ele, o mar, estava do outro lado das dunas altas, esperando.
Quando o menino e o pai enfim alcançaram aquelas alturas de areia, depois de muito caminhar, o mar estava na frente de seus olhos. E foi tanta a imensidão do mar, e tanto fulgor, que o menino ficou mudo de beleza.
E quando finalmente conseguiu falar, tremendo, gaguejando, pediu ao pai:
- Me ajuda a olhar!
GALEANO, Eduardo. O livro dos abraços. Porto Alegre, L&PM, 2000.
O menino e o mar (João Bá)
Menino vem brincar no mar
Oh mar vem lavar pe de menino
Menino vem brincar no mar
Oh mar vem lavar pé de menino
Eu vi as ondas brincando de pega-pega
Levar as aguas do riacho cristalino
Eu vi menino vim brincar no mar
Oh mar vem lavar pe de menino
Menino vem brincar no mar
Oh mar vem lavar pe de menino. bis
As gaivotas vão fazendo suas rondas
O sol levanta vento leste me incendeia
No chão da praia vou guardar a minha raia
E construir o seu castelo de areia
Menino vem brincar no mar
Oh mar vem lavar pé de menino.
Link: http://www.vagalume.com.br/joao-ba/o-menino-e-o-mar.html#ixzz2DZ30tBmy
A cada dia que passo com Joaquim me descubro mais e ele me mostra, com suavidade e ternura, na maior parte das vezes, mas também com força e determinação em outras, quantas belezas tenho por lapidar, quantas arestas tenho para aparar e quão bela é a vida assim mesmo do jeitinho que se apresenta.
beijos e queijos com doce de leite
- Rosita Flores
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