domingo, 3 de fevereiro de 2013

"Que livros eu acho essas histórias?"





"Acordar não é de dentro. Acordar é ter saída"
João Cabral de Melo Neto


Imagem1. Foto em frente ao teatro do CEU Parque Veredas

Assim que terminou nossa última apresentação no programa Recreio nas Ferias, ele se aproximou me chamando. Sob par de óculos de grau estava aquele rosto de expressão interessada e alegre, a me perguntar: "- Que livros eu acho essas histórias?"
Imagem 2. Foto cenário Histórias de Arrepiar

Isso aconteceu no teatro do CEU Quinta do Sol no dia 23/01, por volta das 15:20 minutos. Quero abrir um parênteses, para falar um pouco da história deste CEU. Assim que chegamos ao Quinta do Sol, o André veio nos receber e foi muito atencioso. Enquanto eu estava toda afobada tentando arrumar tudo o mais rápido possível para amamentar o Joaquim, ele disse que queria nos falar um pouco sobre como surgiu o Quinta (já me sinto íntima do lugar). E então eu pausei o que estava fazendo, meio á contragosto, não vou mentir. André começou dizendo que todos que trabalham lá têm muito carinho pelo espaço e, completou enfaticamente, que a população também tem um grande zelo pelo lugar que foi reivindicado e conquistado por ela. Antes de ter um equipamento cultural ali era um terreno vazio e as pessoas tinham receio de passar em frente porque começou a ser utilizado por pessoas que usavam drogas. As crianças são frequentadoras assíduas de lá e já têm o hábito de ir à biblioteca e ao teatro. A população, inclusive é guardiã do Quinta do Sol e fica atenta até aos horários de abertura e fechamento.
E quanto á pergunta do menino do começo deste relato? Bom, eu respondi meio às pressas a ele, porque os monitores já apressavam todas as crianças para a próxima atividade. Mas, a minha vontade era de ficar ali, conversando com aquele menino. Queria saber tanta coisa sobre ele! Entretanto, por mais que nosso diálogo tenha sido de poucas frases e, mesmo interrompido pela urgência de um outro acontecimento, para mim foi como se todas as apresentações tivessem valido apenas e porque aquele menino me chamou e perguntou: "-Que livros eu acho essas histórias?"
Ainda o acompanhei com o olhar enquanto ele saia do teatro com a expressão satisfeita e olhos sorridentes. E eu fui para casa sentindo a alma lavada e leve no corpo cansado e FELIZ.

Ah!! O Recreio Nas Férias de janeiro teve também presenças especialíssimas: o meu filhote Joaquim e minha mãe Ineida. A presença da minha mãe foi fundamental para os cuidados com o Joaquim.
Imagem 3. Papai Giba tocando calimba e Joaquim

Foram duas semanas de apresentações inesquecíveis.



Um grande abraço, e até breve!

Rosita 

2 comentários :

  1. Adoro o trabalho desta contadora de histórias e grande amiga Rosita Flores. Foi uma enorme alegria para mim reencontrá-la na estrada como colega de poesia e contos. Espero que ainda possamos fazer uma sessão juntas!!! Parabéns, querida...

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  2. Heli, minha querida! Obrigada pela generosidade e gentileza! Também gostei muito de ouvi-la contando histórias e, como nós já dissemos, temos muitos pontos de afinidade na maneira de contar e de sentir os contos. Quem sabe, esse ano ainda nos encontramos e contamos histórias juntas?
    O espaço aqui está totalmente disponível para que você, se assim quiser, publicar um de seus escritos - que você escreve bem demais. Vai ser um prazer!
    Beijo grande

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